11 de dezembro, um dia que marquei em minha memória. Juntamente com a turma 30 de 2011, viajei até as proximidades de Gramado na Serra Gaúcha para conhecer uma instituição da Igreja Luterana do Brasil, um orfanato e um asilo. Mais do que isso, um lar para quem lá vive. Incrível, admirável... Conheci algumas pessoas que jamais esquecerei. O Marcelo, o Saulo... difícil falar, pois a saudade aumenta a cada dia que passa.
Mais no final da tarde, depois de jogar bola com os guris, de cantar com as gurias na sombra de umas árvores, conheci a vó Lina, e me apaixonei. Foram alguns momentos indescritíveis que passamos com a vó, ela super animada, feliz andando com o seu andador, tocando gaita de boca e nos mostrando sua coleção de bonecas.
Por esses dias estive pensando o quanto somos agraciados com a vida, quantas coisas maravilhosas podemos viver e que já vivemos. A vó Lina viveu uma vida inteira e com certeza passou por inúmeras dificuldades, perdeu familiares e amigos, viu a vida passar por ela como um turbilhão e hoje ela vive lá no Moreira, onde tem seu quartinho, amigos de verdade e muitas lembranças. Ver ela falando um pouco português e quase tudo em alemão é o indício de que ela veio de longe...
Nada é eterno, mas o fôlego da vida está nisso, em saber que estamos passando por aqui e que devemos viver cada dia com plenitude. Acredito que a vó vive cada dia com plenitude, feliz por poder estar viva.
Pude ver como a vida é frágil, que num piscar de olhos ela pode sumir, pode esvair-se. Ao invés de ficar triste, me alegrei em ter tido a oportunidade de conhece-la, de ver em seus olhos o aquele brilho inocente, de quem traz muitas lembranças na memória.
Sei que talvez da próxima vez que for visitar o Moreira, ela não esteja mais lá. Quero torcer para que ela fique bem e que nós possamos nos encontrar novamente, para poder abraça-la e levar uma linda boneca de presente...
Devemos agradecer a cada novo dia, valorizar cada momento da vida, porque o tempo passa e com ele vem a idade e restam saudade e lembranças, muitas lembranças.
Obrigada Deus, obrigada pela vó Lina e por todas as crianças do orfanato. Cuide deles Senhor, cuide de todos nós.
Joyce Helena da Silveira, 19/12/2011.
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